quarta-feira, 30 de abril de 2014

Olhar-1 Olhar- 2

Olhar-1 

Os olhos revelam intenções
Os olhos dizem tudo.
Dizem o que pensam, o que querem.
Os olhos confessam
Os olhos sugerem, os olhos seduzem.
Eles olham
Eles subjugam
Eles mentem
Ele sentem prazer
Eles têm o que dizer
Os olhos falam
Os olhos fofocam
Os olhos se olham
Eles se tocam
Eles  se provocam

Os olhos sabem tudo. 




Olhar 2

Por que me olhas assim?
Estrangulado
Consternado
Esse teu olhar
Apaixonado!

Por que me provocas assim?
Sorridente
Envolvente
Quase inocente.
Esse teu olhar
Surpreendente!

De repente
Me apedrejas
Me repele
Me sufoca
Esse teu olhar
Preconceituoso!

Por que me olhas assim
Inquieto
Indiscreto
Um tanto incorreto
Esse teu olhar, objeto!

Por que me olhas assim
Travesso
Surpreso
Tropeço
Esse teu olhar
Do Avesso!


domingo, 27 de abril de 2014

Solidão


Onde ando, não posso morar.
Onde moro não posso ficar.
Carrego comigo a sina doida de viver errante.
Não quero casa, não quero abrigo.
Quero a liberdade de escolher minha eterna prisão.
Sou prisioneira do mundo, sou refém de mim mesma.
Não quero alegria, não quero tristeza
Quero  arrancar os dentes
Quero beber meu próprio sangue.
Não quero a piedade dos homens nem a solidariedade das mulheres.
Quero a solidão das noites frias, quero ver a morte e coabitar com ela.






A doida e as serpentes.


Os cabelos da doida eram serpentes
Serpentes loucas e famintas, que devoravam-he os olhos.
A doida gemia de prazer e medo.
A doida corria pelas ruas vomitando sandices.
Numa noite fria as serpentes devoraram de vez a doida.
Elas  não sabiam que também morreriam , agonizaram e se arrependeram amargamente.
Mas a doida ressurgiu e se vingou das serpentes furando seus olhos.
A doida agora perambula pelas ruas a noite, carregando o choro eterno das famigeradas serpentes.


REDENÇÃO



Eu estava vazia
Eu estava perdida
Eu estava partida
Chorei oceanos
Gritei protestos e injúrias
Vomitei vulcões.

Eu estava saturada
Minha situação plena e robusta
Me contraiu
Me inibiu

Bloqueada, desnorteei.
Me perdi em devaneios.
Decantei, cantei,contei
Desencantei.

Então eu sou uma verdadeira mentira
Sou uma farsa, uma  hipocrisia
Mas possa ser sua saída.
Porque sei representar.
Então sou sua salvação
Sou sua legria, sua benção
Porque sei ter cautela e bom senso.

Porque tenho em mim a redenção

Quando o mundo acabar


Eu tenho medo de coisas que ninguém tem
Eu gosto de coisas que só eu gosto.
Eu falo coisas que só eu penso.

Eu vejo um mundo que ninguém percebe.
Eu canto canções que ninguém escuta
Eu escuto palavras que ninguém fala

Eu construo fantasmas
Choro tempestades
Transbordo sensações
Bebo ilusões.

A minha vida é um palco.
E eu cansei de interpretar,
Agora eu quero parir o meu mundo
Sofrer a dor de uma mãe desesperada

Eu tenho fome e sede
Eu tenho pressa
Eu tenho urgência
Mas eu não quero ficar aqui te esperando
Vou embora, e só volto quando o mundo acabar. 




sábado, 12 de abril de 2014

O NADA

Estou pensando em nada
Nada, me interessa
Nada ,me anima
Nada, me inspira
Nada , o que é o nada?
Nada, é supremo
Nada, é curioso
Nada, é Silêncio
Nada, é provocante
Nada é excitante.
Nada é o vazio, o vazio que está cheio de tudo o que você não vê.