segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Dois poemas de uma vez

Dois poemas de uma vez
                            Vanêssa Nascimento


Escorre

Calma violência
Espera desespero
O sangue escorre
A lágrima escorre
O suor escorre
Não vou esperar por você
Não quero que espere por mim
O dia morre
A noite corre
Estou derretendo lentamente.
As horas não passam, arrastam.

Solto faíscas, não sei até quando.


Vai Morrer

Estou presa
Presa numa camisa de força
Debaixo d’àgua, sem saída
Sem alternativa
Falo e ninguém me escuta
Clamo e ninguém me ouve
Grito o meu grito louco, sangrento
Enlouqueço, apodreço.
Ouço:
Coitadinha, vai morrer!

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