sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MUDANÇA DE ESTAÇÃO

A noite me faz uma visita discreta
Deixa a tarde se despedir,
Toma um fôlego,
E vem ouvir-me paciente.

Não diz nada.
Deixa que eu fale,
Deixa que eu chore,
Deixa que eu me desespere.

Fica quieta,
Mas oferece sua mão,
Afaga meus cabelos, fazendo um gostoso cafuné.

Não oferece lenço.
Deixa minhas lágrimas caírem,
Oferece-me uma leve brisa

Tão discreta ela é,
Tão sensata ela é,
Que me induz a reflexão e ao recolhimento.

E sou levada a uma viagem
Ao meu âmago
Essa viagem é curta
Logo estou de volta

E como foi discreta ao chegar,
Devagar também se retira
E eu fico com o coração tranqüilo, alegre.

Recebo, revigorada, o dia
Que me oferece o sol,
O canto dos passarinhos,
E o perfume da Primavera.

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